A terapia focada na emoção é um modelo de psicoterapia neo-humanista e experiencial. Ela se baseia na aplicação da empatia no contexto terapêutico e na utilização de procedimentos vivenciais deflagrados por marcadores específicos observados durante as sessões. O modelo tem como objetivo central a reestruturação dos esquemas emocionais apresentados pelo cliente, possibilitando, assim, a formação de um novo sentido do Self e do sistema de significados pessoais. A partir dos anos de 1990, diferentes modelos de psicoterapia vieram se juntar às abordagens cognitivo comportamentais já consagradas, no movimento chamado “terceira onda das terapias cognitivas”. Esses modelos, apesar de compartilhar dos pressupostos básicos da terapia cognitivo-comportamental (TCC) proposta por Aaron Beck, são considerados mais integrativos, com maior destaque aos aspectos emocionais da experiência, buscando também o diálogo e a inclusão de técnicas e procedimentos de outras abordagens (Melo, 2014; Mendes & Falcone, 2015).

A terapia focada na emoção (TFE) vem sendo desenvolvida nos últimos 30 anos por Leslie Greenberg e colaboradores, sendo reconhecida pela Associação Americana de Psicologia (APA) (Society of Clinical Psychology, 2016) como uma terapia baseada em evidências para depressão, revelando também evidências de eficácia no tratamento de traumas complexos (Paivio & Pascual-Leone, 2010), transtorno de ansiedade social (Shahar, 2013), transtornos alimentares (Robinson, Dolhanty, & Greenberg, 2015), bem como em conflitos familiares e de casais (Goldman & Greenberg, 2015).

A TFE destaca-se por seu caráter integrativo, sendo um modelo de psicoterapia desenvolvido a partir da aplicação de princípios humanistas, fenomenológicos e construtivistas, com ênfase na relação terapêutica, na empatia e em intervenções vivenciais guiadas por marcadores específicos observados durante as sessões. Tem como objetivo principal a reorganização do sistema de significados do paciente a partir de processos experienciais e relacionais desenvolvidos para acessar as emoções (Greenberg, 2010a). Apesar de não ser considerada um modelo de terceira onda, a TFE pode contribuir com o trabalho do clínico cognitivo-comportamental sobretudo com clientes que não se beneficiam das intervenções clássicas da TCC.

Angelita Prochnow Wilke

Psicóloga

CRP 18/00306

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